sábado, 15 de novembro de 2008

Janela com vista para o exílio


Segundo desenho da exposição. Uma janela torcida, mostrando a vista de dentro para fora e de fora para dentro. Inspirado em "Canção do exílio" de Gonçalves dias. No meio da escuridão, no interior da janela, um par de olhos contempla o sonho. Palmeiras, horizonte, mar. Ao seu alcance, apenas o que restou do sabiá. Uma pena!




Canção do exílio





"Minha terra tem palmeiras,
Onde canta o Sabiá;
As aves que aqui gorjeiam,
Não gorjeiam como lá.

Nosso céu tem mais estrelas,
Nossas várzeas têm mais flores,
Nossos bosques têm mais vida,
Nossa vida mais amores.





Em cismar, sozinho, à noite,
Mais prazer encontro eu lá;
Minha terra tem palmeiras,
Onde canta o Sabiá.



Minha terra tem primores,
Que tais não encontro eu cá;
Em cismar - sozinho, à noite -
Mais prazer encontro eu lá;
Minha terra tem palmeiras,
Onde canta o Sabiá.

Não permita Deus que eu morra,
Sem que eu volte para lá;
Sem que desfrute os primores
Que não encontro por cá;
Sem qu'inda aviste as palmeiras,
Onde canta o Sabiá."

Nenhum comentário: